Governo Trump tenta deportar estudante pró-Palestina da Universidade de Georgetown
Detenção de estudante indiano destaca tensões entre política imigratória de Trump e liberdade de expressão acadêmica. Caso ocorre em meio a um aumento nas deportações de estrangeiros envolvidos em protestos pró-palestinos nos EUA.
Governo dos EUA prende estudante indiano da Georgetown
O governo do presidente Donald Trump prendeu Badar Khan Suri, um estudante da Universidade de Georgetown, e tenta deportá-lo, considerando-o uma ameaça à política externa americana. A informação foi divulgada pelo advogado de Suri em 19 de outubro.
O Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) acusou Suri de ter ligações com o grupo palestino Hamas e de espalhar propaganda e antissemitismo nas redes sociais, mas não apresentou evidências. O secretário de Estado Marco Rubio determinou que suas atividades o tornavam deportável.
Suri, que está nos EUA com um visto de estudante e é casado com uma cidadã americana, foi detido em Alexandria, Louisiana, e aguarda julgamento no Tribunal de Imigração. Agentes federais o prenderam fora de casa na Virgínia.
O caso ocorre em um contexto de deportações de estrangeiros envolvidos em protestos pró-palestinos após o ataque do Hamas em outubro de 2023, gerando críticas de grupos de direitos civis.
Suri é bolsista no Centro Alwaleed Bin Talal para o Entendimento Muçulmano-Cristão e leciona sobre "Majoritarismo e Direitos das Minorias no Sul da Ásia". Seu advogado questionou a decisão do governo, afirmando que a detenção de um acadêmico pode refletir um problema na administração.
A esposa de Suri, Mapheze Saleh, também é cidadã americana, é de Gaza e trabalhou em veículos de mídia e no Ministério das Relações Exteriores em Gaza. Ela não foi presa.
No início do mês, o governo Trump prendeu o estudante da Universidade de Columbia, Mahmoud Khalil, por sua participação em protestos pró-palestinos. Khalil contesta sua detenção, que foi também baseada em acusações sem evidências de apoio ao Hamas.
Trump tem alegado que manifestantes pró-palestinos são antissemitas, enquanto defensores afirmam que suas críticas a Israel são distorcidas.