Governo Trump irá monitorar redes sociais de migrantes em busca de ‘atividade antissemita’
USCIS irá usar redes sociais para avaliar imigrantes e negar vistos se encontrarem conteúdo antissemita. Especialistas alertam que isso pode ser uma forma de censura política e repressão à liberdade de expressão.
USCIS monitora redes sociais de imigrantes em busca de conteúdo antissemita, afetando pedidos de visto e green card.
A diretriz, em vigor imediatamente, abrange migrantes solicitantes de residência legal, estudantes estrangeiros e aqueles vinculados a instituições educacionais associadas a atividades antissemíticas.
Conteúdo que implique endosse ou suporte a terrorismo antissemita impactará negativamente as solicitações de imigração.
Tricia McLaughlin, do Departamento de Segurança Interna (DHS), afirmou: “Não há espaço nos EUA para simpatizantes do terrorismo” e que quem defende violência antissemita deve “pensar duas vezes”.
O anúncio segue uma proposta para coletar perfis de redes sociais de solicitantes de benefícios imigratórios, gerando preocupação entre ativistas.
O monitoramento já é prática há mais de uma década, iniciado no governo Obama e incrementado no de Trump.
O USCIS não detalhou o que constitui antissemitismo, mas segue a definição da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto.
A política se concentra em opiniões políticas e tem como alvo especialmente manifestações pró-Palestina. Trump promete deportar estudantes que participam de protestos considerados “pró-terroristas”.
Mais de 300 vistos já foram revogados este ano, incluindo o caso de Mahmoud Khalil, preso após protestos universitários.
A Suprema Corte tem afirmado que a Primeira Emenda se aplica a todos no território americano, mas a nova política sugere uma vigilância de ideias, não apenas de segurança.
“É uma mudança drástica para um país onde a liberdade de expressão é protegida”, afirma Tyler Coward da Fundação para os Direitos Individuais e Expressão.