Governo terá que refazer estudo para Angra 3 e decidir tamanho de aporte para retomar obras
Governo deverá revisar estudos financeiros para retomar obras da usina nuclear Angra 3, com custos estimados em R$ 21 bilhões. A saída da Eletrobras do projeto demanda novas decisões sobre investimentos e orçamentos para garantir a viabilidade do empreendimento.
Governo precisa ajustar estudo financeiro da usina Angra 3. Após acordo entre União e Eletrobras, decisão sobre aporte público para retomar obras, com custo de R$ 21 bilhões, é necessária.
Obras paralisadas desde investigações da Operação Lava Jato e debate sobre conclusão se arrasta. Estudo do BNDES considerava Eletrobras como investidora, mas não houve consenso no CNPE (Conselho Nacional de Política Energética).
Eletrobras, privatizada em 2022, fez acordo para desligamento do projeto, mudando os custos para a ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional). Presidente da Eletronuclear, Ricardo Lycurgo, afirma que a modelagem deve ser revista.
A fatia de 10% de capital próprio (R$ 2,4 bilhões) estava prevista, mas agora pode mudar. ENBPar assumirá todos os custos, necessitando decidir sobre orçamento.
Reuniões entre órgãos governamentais estão em andamento para definir novas premissas, e o BNDES fará um novo estudo. A discussão acontece em meio à restrição orçamentária, e apoiadores da obra querem que projetos comecem em 2025.
Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defende conclusão do projeto, afirmando que a manutenção atual custa R$ 200 milhões anuais. Ele alerta que a interrupção pode levar a perdas significativas para a ENBPar.
Contudo, ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente se opõem ao empreendimento. Críticas sobre custos e riscos ambientais são levantadas, com a Articulação Antinuclear Brasileira afirmando que Angra 3 é obsoleto e arriscado.