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Governo tenta reeditar estratégia da CPI do 8 de Janeiro para conter danos políticos com CPI do INSS

Governo tenta postergar instalação da CPI do INSS para reestruturar base aliada e evitar desgastes políticos. A estratégia inclui negociações para garantir influência sobre os cargos de comando da comissão, enquanto a pressão opositora aumenta.

Governo federal articula para adiar instalação da CPI do INSS, visando reorganizar sua base aliada e ganhar tempo antes do início dos trabalhos. A criação da CPI depende de uma sessão conjunta do Congresso Nacional, que ainda não está agendada.

A criação da CPI pode ser postergada para o segundo semestre, em agosto, após o recesso parlamentar. Isso remete à estratégia do início de 2023, quando o governo tentou controlar os efeitos de outra CPI relacionada aos atos de 8 de janeiro.

Embora parlamentares reconheçam a inevitabilidade da CPI por conta do número de assinaturas, o governo acredita que adiá a leitura do pedido pode permitir negociações mais favoráveis para cargos de comando na comissão, essenciais para controlar a apuração.

A Polícia Federal investiga esquemas de fraudes em descontos indevidos sobre benefícios do INSS, afetando aproximadamente 4,2 milhões de aposentados e pensionistas, com um desvio estimado em R$ 6 bilhões.

O governo considera a possibilidade de dividir os cargos da comissão com a oposição, estratégia que funcionou na CPI anterior. Nomeações para a relatoria são discutidas, mas a deputada Tabata Amaral enfrenta resistências.

O Ministério da Previdência lançou um sistema para consulta e contestação de descontos indevidos e bloqueou R$ 2,5 bilhões de entidades suspeitas. CGU e TCU também iniciaram investigações próprias.

Ministros do governo defendem que a maioria dos convênios suspeitos foi firmada entre 2019 e 2022, durante o governo anterior. A pressão da opinião pública e o contexto pré-eleitoral podem amplificar o impacto da CPI, tornando-a um desafio mais complexo para o governo.

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