Governo quer US$ 2 bilhões para restauro a partir de novo leilão do Eco Invest Brasil

Governo federal anunciou o segundo leilão do Eco Invest Brasil nesta segunda-feira (28), visando restaurar 1 milhão de hectares de áreas degradadas.

O governo emprestará recursos do Fundo Clima para bancos privados vencedores do leilão, que devem captar, ao menos, metade do montante no mercado.

Objetivo é atrair entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões, sem divulgar o valor total do governo para evitar conflitos entre instituições. Cada banco pode receber até 35% do empréstimo, com lance mínimo de R$ 100 milhões.

Os fundos devem ser direcionados a projetos de restauro em todos os biomas, exceto na Amazônia, com pelo menos 50% do valor investido em produção de alimentos. Os projetos não têm restrições de tipos de alimentos, podendo focar em soja, milho e pecuária.

Para monocultura, os produtores devem aumentar em 5% a cobertura de vegetação. Os beneficiários precisam ter CAR ativo e terras degradadas, com 15% de mão de obra feminina e práticas de resiliência hídrica.

A taxa de retorno do governo será de 1% ao ano, com prazo de dez anos. Instituições que investirem 30% via fundos próprios terão carência de três anos.

Cada banco deve destinar ao menos 10% do financiamento para a caatinga, evitando concentração no Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

O leilão foi apresentado pelos ministros Fernando Haddad, Marina Silva e Carlos Fávaro, enfatizando a lucratividade para negócios ambientais sem depender de doações.

Eco Invest Brasil foi lançado no ano passado para mobilizar capital privado e inclui o blended finance, com 60% do montante vindo de captação externa.

O primeiro leilão gerou R$ 45 bilhões em financiamentos sustentáveis, alavancando R$ 6,8 bilhões de recurso público. O novo leilão integra o projeto Caminho Verde Brasil para restaurar 40 mil hectares de pastagens degradadas.