Governo prepara medida para zerar conta de luz de famílias de baixa renda; entenda
Medida visa beneficiar famílias de baixa renda com isenção total na conta de luz, mas pode aumentar tarifas para demais consumidores. O governo busca compensações financeiras a longo prazo para mitigar o impacto imediato nas contas públicas.
Ministério de Minas e Energia está preparando uma proposta para ampliar a isenção da conta de luz a famílias de baixa renda.
A iniciativa é parte da reforma no setor elétrico e poderá beneficiar milhões, mas impactará tarifas de outros consumidores, com um custo inicial de R$ 4,45 bilhões, correspondente a um aumento de 1,4% nas contas de luz.
A proposta prevê isenção total da tarifa para famílias com renda mensal de até meio salário mínimo e consumo de até 80 kWh por mês, abrangendo grupos como:
- Famílias inscritas no CadÚnico;
- Idosos e pessoas com deficiência beneficiários do BPC;
- Famílias indígenas ou quilombolas registradas no CadÚnico;
- Consumidores em sistemas isolados.
Além disso, o governo propõe desconto proporcional na Conta de Desenvolvimento Energético para famílias com renda entre meio e um salário mínimo e consumo de até 120 kWh.
A estimativa é de que a CDE represente cerca de 12% do valor da conta de luz, já prevendo a redução tarifária.
Apesar do aumento imediato, o governo espera compensações de até R$ 10 bilhões a longo prazo, retirando gradualmente subsídios a fontes de energia incentivadas.
Para mitigar o impacto no curto prazo, outras duas medidas estão em análise:
- Rateio dos custos de Angra 1 e 2 entre consumidores regulados e livres (redução de aproximadamente 1,04% na conta);
- Inclusão de consumidores livres no custeio da geração distribuída.
Essas ações devem gerar uma economia de R$ 1,5 bilhão, ajudando a neutralizar parte do impacto inicial.
A proposta será enviada ao Congresso como parte de um projeto de modernização do setor elétrico. A equipe econômica discute o faseamento da compensação dos R$ 10 bilhões.
Se aprovada, a medida aumenta a política de justiça tarifária defendida pelo ministro Alexandre Silveira, exigindo coordenação entre ANEEL, MME, Casa Civil e Ministério da Fazenda.