Governo paga R$ 15 milhões para ONG de sindicato do ABC retirar lixo na terra yanomami, em Roraima

O Ministério do Trabalho contratou a ONG Unisol, ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, para retirar lixo da terra indígena yanomami em Roraima, por R$ 15,8 milhões.

O convênio foi firmado pela Secretaria de Economia Popular e Solidária, sob a liderança de Gilberto Carvalho (PT). Unisol é presidida por Arildo Mota Lopes, ex-diretor do sindicato, e Carlos José Caramelo Duarte, vice-presidente do sindicato e ambos filiados ao PT.

Esse é o segundo maior contrato do governo em 2024 para “gestão de políticas para povos indígenas”, perdendo apenas para uma empresa de serviços aéreos que recebeu R$ 64,2 milhões.

A verba total de R$ 254 milhões foi destinada à gestão em 2023, e a Unisol recebeu o montante integral três dias após a assinatura do convênio.

A ONG subcontratará prestadores de serviços e promoverá a capacitação de catadores e ações de educação ambiental em dez bases da terra yanomami. O governo alega que a ação é necessária para reduzir o impacto ambiental e à saúde dos indígenas.

O edital para seleção das ONGs foi lançado em novembro, e embora dez ONGs tenham se apresentado, apenas duas foram escolhidas. A segunda, CEA, receberá R$ 4,2 milhões.

Uma comissão do ministério avaliou as propostas, mas a análise foi considerada inconsistente por alguns avaliadores devido a pontuações divergentes. O critério de liberação da verba permanece sem resposta por parte do ministério.

As atividades de remoção de lixo têm previsão de início apenas no segundo semestre, com o Ministério indicando que até 70 toneladas de plástico estão acumuladas na área.

O plano da Unisol não especifica a quantidade mínima de lixo a ser removida, mas promete:

• Fortalecer três organizações de catadores
• Qualificar 80 catadoras
• Realizar 20 ações de educação ambiental
• Garantir 20 agentes indígenas recicladores
• Assegurar a destinação adequada de resíduos em dez bases yanomami