Governo mira petróleo e nova conta pode custar caro à Petrobras, avalia XP
Governo propõe aumento da carga tributária e leilões para o setor de petróleo e gás, gerando incertezas no mercado. A XP Investimentos alerta para impactos diretos no fluxo de caixa das empresas, especialmente da Petrobras e seus parceiros.
Governo federal propõe arrecadar R$ 35,25 bilhões do setor de petróleo e gás entre 2023 e 2026, provocando reações no mercado financeiro.
A análise da XP Investimentos indica que a proposta estimula incertezas para investidores, podendo afetar o desempenho das companhias nos próximos meses.
As medidas incluem:
- Alterações nas regras de participação especial (SPT);
- Revisão do cálculo do preço de referência do petróleo;
- Leilões de áreas não contratadas;
- Acordos em campos como Jubarte e Sapinhoá.
A XP classifica Petrobras (PETR4) e Shell Brasil como as mais afetadas, prevendo uma redução de 2% no fluxo de caixa livre da estatal, o que pode impactar a distribuição de dividendos e interessar o governo, maior acionista.
A proposta de leilão em áreas como Tupi, Mero e Atapu visa arrecadar até R$ 15 bilhões, dependendo do preço do petróleo. Com o Brent a US$ 60, o montante poderia cair para R$ 11 bilhões.
Outra preocupação é a elevação da arrecadação baseada na decisão do TCU, que pode adicionar R$ 4,5 bilhões ao governo, além de R$ 3 bilhões em royalties da revisão do preço de referência.
O aumento da carga tributária surge em um contexto de pressão fiscal. A XP acredita que isso pode reduzir investimentos e competitividade no setor, apesar da proposta ainda depender de outras aprovações.
A recomendação da Ativa Research para as ações da Petrobras é neutra, com preço-alvo de R$ 44, enquanto a Terra Investimentos vê potencial em dividendos de 15% nos próximos doze meses.