Governo Lula espera uma manifestação do representante de Comércio dos EUA para avançar em negociação de tarifas
Governo brasileiro busca retomar negociações comerciais com os EUA enquanto se aproxima nova sobretaxa de exportações. O foco está em acordos que beneficiem ambos os países, evitando temas polêmicos como o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Governo brasileiro aguarda negociação com EUA
Às vésperas da sobretaxa de 50% sobre exportações brasileiras, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva espera um contato dos EUA para abrir negociações formais.
Interlocutores sugerem que o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, retome as conversas com o Brasil. Apesar do diálogo recente entre Geraldo Alckmin e o secretário americano de Comércio, Greer é quem pode costurar acordos internacionais.
O retorno de Trump à Casa Branca pode facilitar o cenário, uma vez que os EUA têm fechado acordos com diversos países. O Brasil aguarda sua vez nessa fila de negociações.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, esteve em Nova York e manifestou disposição para uma reunião de alto nível em Washington.
O governo brasileiro busca entender:
- Quais produtos poderiam ser importados sem tarifas para os EUA;
- Quais bens podem ser vendidos livremente ao Brasil;
- Quais outros itens podem ser discutidos.
Exemplos incluem a regulação das big techs e o interesse por minerais críticos, como terras raras e lítio.
Problemas nas negociações
Um desafio será evitar que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja um tópico da conversa. Trump deseja vincular o diálogo comercial ao tratamento dado a Bolsonaro pelo STF.
A comunicação prévia entre Lula e Trump é necessária, por conta da delicadeza da situação e da preocupação com a postura do líder americano.
Desde março, houve negociações sobre tarifas sobre aço, alumínio e uma sobretaxa de 10% nos produtos brasileiros. Contudo, Trump anunciou uma nova taxa de 50%, politizando a questão ao envolver Bolsonaro.