Governo Lula deve priorizar setores de bens perecíveis e pequenas empresas em pacote de socorro por tarifaço de Trump
Governo brasileiro elabora plano de apoio a exportadores afetados por tarifas dos EUA, priorizando bens perecíveis e pequenas empresas. A estratégia inclui linhas de crédito e busca por diálogo, apesar das dificuldades nas negociações com a administração Trump.
Pacote de Medidas em estudo no governo de Luiz Inácio Lula da Silva visa ajudar exportadores afetados pelo tarifaço de Donald Trump.
O foco será em setores de bens perecíveis, como peixes e frutas (manga, melão, mamão), além de pequenas empresas.
O plano prevê um cronograma de 30, 60 e 90 dias para socorrer rapidamente quem não pode esperar.
Produtos como café, carnes e suco de laranja terão um prazo maior, enquanto bens duráveis terão um horizonte ainda maior.
Apesar de tentativas de diálogo com o governo Trump, as portas estão fechadas. Somente Trump possui autoridade para negociar.
A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pode começar a vigorar em 1º de agosto.
O governo identificou um número significativo de exportadores de alimentos perecíveis, incluindo pescadores.
Um exemplo é o atum, com 55% do pescado do Ceará destinado ao mercado americano. O preço elevado, cerca de R$ 80 o quilo, dificulta vendas no mercado doméstico.
O governo considera subsidiar o pescador para que o preço seja mais acessível, mas comprar e estocar o produto seria muito caro.
Prevê-se também linhas de crédito, embora se avalie que isso não seja suficiente para os pequenos exportadores.
O socorro terá custos semelhantes à ajuda ao Rio Grande do Sul em 2024, com desembolso de cerca de R$ 6 bilhões para equalizar taxas de juros.
A estratégia inclui o uso do Fundo de Garantida de Operações (FGO) com regras diferenciadas para crédito às pequenas empresas.
A ideia é que médios e grandes exportadores têm mais facilidade de crédito e podem acionar o governo americano judicialmente.
Além disso, o governo busca apoio de outros países e setores americanos afetados pelo embargo, acreditando que Trump pode ser pressionado internamente.
O vice-presidente Geraldo Alckmin foi designado para insistir nas negociações, embora a ida a Washington dependa de recepção pelo governo americano, o que é incerto.