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Governo engorda caixa da União em R$ 170 bi em dois anos com receitas extras e mudança em impostos

Arrecadação extraordinária marca primeiros anos de governo Lula e gera debatido aumento do IOF. Encontro entre líderes políticos busca alternativas para minimizar resistência à medida fiscal.

Mais de R$ 170 bilhões já foram arrecadados pelo governo nos dois primeiros anos, conforme levantamento do economista João Leme, da Tendências Consultoria, a pedido do GLOBO.

Esse valor é superior ao orçamento do Bolsa Família, previsto em R$ 159,5 bilhões para este ano. Não inclui o recente aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que pode gerar R$ 19,1 bilhões em 2025 e R$ 38,2 bilhões em 2026.

Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com líderes do legislativo para discutir medidas alternativas ao aumento do IOF, que tem gerado resistência, evidenciando a exaustão da estratégia de ajuste fiscal.

A arrecadação líquida da União caiu de 20,20% do PIB em 2010 para 18,40% em 2022, com previsão de queda para 18,20% em 2025.

O governo implementou uma série de medidas para aumentar a arrecadação, como a reoneração dos combustíveis e mudanças na tributação sobre jogos de azar, além de dividendos de estatais. Apesar dos ganhos, especialistas apontam excessos e defendem a revisão de benefícios tributários.

O incremento no IOF, que aumentou a arrecadação de 0,6% para 0,9% do PIB, reflete a busca por receitas extras para cobrir gastos crescentes. A alta repercutiu negativamente, levando a oposição a propor a suspensão da medida.

O Ministério da Fazenda não se manifestou sobre as críticas. Contudo, a resistência e a falta de apoio no Congresso sinalizam um cenário desafiador para o governo, com projetos e propostas anteriores engavetados, enquanto a argumentação busca espaço para novas iniciativas e reformas.

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