Governo busca receita para fechar contas; analistas defendem mexer em salário mínimo e pisos de Saúde e Educação
Ministro da Fazenda propõe ajustes nas contas públicas após crise com o Congresso. Especialistas alertam para a dificuldade de implementar mudanças significativas antes das eleições de 2026.
Após crise com o Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciará propostas de ajustes nas contas na terça-feira. As mudanças são necessárias, específicas para a salário mínimo e gastos em Saúde e Educação, porém são vistas como difíceis antes das eleições de 2026.
Haddad falou sobre a necessidade de mudanças estruturais e uma combinação de medidas para alívio fiscal, como:
- reduzir renúncias fiscais
- elevar tributação sobre bets
- taxação em criptoativos
Embora os detalhes ainda não tenham sido revelados, as propostas devem ter um eixo imediato para 2025 e outro estrutural para o longo prazo.
Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria, considera improvável que essas mudanças sejam aprovadas rapidamente, sugerindo que os ajustes estruturais fiquem para 2027. O contexto político, com as futuras eleições, pesa nas decisões.
A meta de superávit primário precisa estar entre 3,0% e 3,5% do PIB para controlar a dívida pública, mas com a meta atual sendo zero, ajustes de 4% do PIB são considerados impossíveis, segundo Yahao Lin, da Genial Investimentos.
Jonathas Goulart, da Firjan, apontou que uma reforma administrativa poderia reduzir a rigidez do Orçamento.
O recente decreto do IOF aumentou impostos em transações financeiras para elevar a arrecadação federal em R$ 20 bilhões, mas após reações, parte da taxa foi cancelada. As pressões de líderes do Congresso, como Davi Alcolumbre e Hugo Motta, aumentaram após a criação do imposto.