Governo aciona Cade por possível fraude nos preços do botijão de gás e da gasolina

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, acionou o Cade para investigar possíveis fraudes nos setores de gasolina, diesel e gás, que vêm apresentando altas nos preços nos últimos anos.

Em dois ofícios, Silveira elenca indícios de práticas anticoncorrenciais e pede que o conselho avalie providências no setor. O movimento ocorre enquanto o governo se prepara para lançar um novo programa de subsídio ao gás de cozinha, visando baratear o preço do botijão.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva insinuou que há irregularidades na cadeia de distribuição do gás. Ele destacou: "O botijão de gás é vendido pela Petrobras por R$ 37, mas chega ao povo a R$ 120, R$ 130, R$ 140. Alguém está ganhando muito dinheiro".

Esses produtos impactam diretamente o custo de vida da população e, consequentemente, a avaliação do governo Lula, vista como um dos principais problemas antes das eleições de 2026. No ofício, Silveira aponta indícios de fraudes na distribuição do gás, com preços crescendo excessivamente entre 2019 e 2025.

Segundo a EPE, esse aumento é um dos principais motivos para a alta do botijão de 13 kg. Silveira menciona relatos de não retirada de gás em regiões Sudeste e Sul, levantando desconfiança de conluio entre empresas.

O documento cita análises da EPE e da ANP. Distribuidoras afirmam que a Petrobras reduziu a quantidade de gás vendida e instituiu leilões a preços até 60% maiores, impactando o preço do botijão.

Sobre gasolina e diesel, Silveira aponta que refinarias privadas praticam preços superiores, não só aos demais fornecedores, mas também ao preço de paridade de importação. O governo estima que o novo programa de subsídios custará R$ 5 bilhões anuais.

Na última terça (27), Silveira se reuniu com deputados e representantes do setor, e nesta quarta (28), discutiu com integrantes do governo e do Cade.