Governador de Santa Catarina fala em fazer o 'país do Sul': de onde vem o separatismo sulista?
Governador de Santa Catarina faz piada sobre separação do Sul em evento, reavivando discussões sobre o movimento "O Sul é Meu País". Especialistas apontam contradições e preconceitos dentro da pauta separatista, que carece de um plano concreto de independentismo.
Governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), sugeriu em tom de brincadeira a separação do Sul do Brasil, durante evento em Curitiba, ao lado dos governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
Mello fez referência ao movimento O Sul é Meu País, que defende a autônoma região há mais de 30 anos. O pesquisador Gabriel Pancera Aver, da UEL, critica a fala por desconsiderar a dependência do Sul em casos de catástrofes, como a do ano passado.
Aver explica origens do separatismo, que remontam ao Império e Primeira República, citando iniciativas como a Revolução Farroupilha e a Guerra do Contestado.
- Origem: Iniciativas de separação existem desde o século 19.
- Contradições: Discurso do movimento é identitário, misturando referências culturais.
- Preconceito e xenofobia: Separatismo pode resvalar em visões superiores sobre outros estados.
- Expressividade: Em 2017, 2% dos eleitores dos três estados votaram a favor da separação.
- Próximos passos: Movimento busca elaborar nova proposta para uma PEC de autonomia.
O atual presidente do movimento, Ivan Feloniuk, afirmou que a independência é o foco, mas que também querem devolver ao povo o poder de decidir sobre legislações locais. Quanto à fala de Mello, Feloniuk vê um eco do desejo popular.