GM reduz previsão de lucro em US$ 5 bilhões com tarifas de Trump e voltará a usar 'manual Covid'
GM se prepara para enfrentar impacto de US$ 5 bilhões com estratégias de produção local e redução de gastos. A montadora revisa projeções de lucro enquanto navega por um ambiente tarifário incerto.
General Motors planeja recorrer ao seu "manual da Covid" para lidar com um impacto financeiro de até US$ 5 bilhões (R$ 28,38 bilhões) devido às tarifas de Donald Trump.
A montadora revisou suas previsões de lucro ajustado, agora estimando entre US$ 10 bilhões e US$ 12,5 bilhões (R$ 56,76 bilhões a R$ 70,95 bilhões), em comparação aos US$ 13,7 bilhões a US$ 15,7 bilhões anteriores.
Em razão da incerteza na política comercial dos EUA, a GM suspendeu a recompra de ações e alertou sobre uma exposição tarifária de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões (R$ 22,7 bilhões a R$ 28,38 bilhões).
A empresa pretende compensar 30% do impacto tarifário fabricando mais peças e componentes nos EUA. A GM busca tornar seus veículos elétricos mais econômicos, ao mesmo tempo em que continua investindo em carros a gasolina.
O diretor financeiro, Paul Jacobson, afirmou que as despesas não essenciais serão reduzidas, mas sem pânico. A situação permanece volátil, com lucros já caindo no primeiro trimestre. Outras montadoras, como Harley-Davidson, Stellantis e Mercedes-Benz, também reduziram suas projeções recentemente.
Trump ofereceu descontos às montadoras que produzem nos EUA, enquanto componentes do México e Canadá que cumprirem o USMCA estarão livres de tarifas. Mary Barra, CEO da GM, afirmou que 80% das peças utilizadas na montagem de veículos nos EUA estão em conformidade com o acordo comercial.
A GM espera aumentar a produção de picapes em 50 mil unidades por ano em sua fábrica em Fort Wayne e está desenvolvendo planos adicionais para aumentar a produção nos EUA.
No primeiro trimestre, a montadora reportou um lucro ajustado de US$ 3,5 bilhões, uma queda de 9,8% em relação ao ano anterior, com receita de US$ 44 bilhões, um aumento de 2,3%.