Gleisi recua sobre penas do 8/1, e diz que qualquer revisão cabe ao STF
Gleisi Hoffmann reafirma que a redução de penas deve ser discutida exclusivamente pelo STF, após declarações que induziram ao debate no Congresso. Enquanto isso, a oposição acelera a tramitação do projeto de anistia, gerando tensão política.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, suavizou suas declarações sobre a possibilidade de redução de penas para condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro. Em nova fala, ela afirmou que revisões são prerrogativa do STF, mas criticou o projeto de anistia defendido por Jair Bolsonaro.
Gleisi pediu que o debate ocorra, mas sem interferir na autonomia do Judiciário. A mudança de postura vem após o PL anunciar a coleta de 257 assinaturas para urgência na tramitação do projeto de anistia.
Ela reiterou a posição do governo contra perdão aos responsáveis pelos atos golpistas, afirmando que o projeto de anistia visa a impunidade. O líder do PT, Lindbergh Farias, defendeu a redução de penas como uma alternativa viável ao projeto de anistia.
O ANPP (Acordo de Não Persecução Penal) foi utilizado pela PGR para vários acusados, mas alguns se negaram a assinar. A declaração de Gleisi causou desconforto entre aliados do governo, que viram sua fala como um "ruído desnecessário".
Marco Aurélio de Carvalho, do grupo Prerrogativas, destacou que só o STF deve discutir eventuais revisões de penas. Gleisi reconheceu que sua fala anterior foi “mal colocada” e esclareceu que o diálogo cabe ao Congresso, mas que a revisão de penas é competência do Judiciário.
A proposta do PL de anistia busca perdoar tanto manifestantes como os líderes da tentativa de golpe, criando tensões institucionais e pressionando o STF. A base do governo avalia a possibilidade de articular uma redução de penas para os condenados de menor participação.