'Geração Z não está em negação sobre celular. Eles não dizem que é bom, mas sentem-se presos', diz autor de 'Geração Ansiosa'

Jonathan Haidt, autor de A Geração Ansiosa, discute a influência dos celulares na infância atual e as dificuldades que os pais enfrentam para limitar o uso das telas.

Em uma entrevista, ele afirma que todas as crianças da Geração Z reconhecem o impacto negativo das telas, mas se sentem aprisionadas por elas. A discussão sobre o uso de celulares se popularizou desde a publicação do livro, gerando ações em diversas partes do mundo.

Haidt destaca a crescente adoção de escolas livres de celulares, que mostraram resultados positivos, como menos brigas e melhor disciplina. Ao contrário do que alguns estudos indicam, escolas que implementaram a proibição efetiva de celulares têm registrado benefícios notáveis.

A conversa também aborda o paradoxo dos pais que, mesmo preocupados com os efeitos negativos do uso excessivo de celulares, desejam manter essa tecnologia disponível para comunicação e segurança.

Haidt observa que, nos anos 90, as mudanças na percepção sobre a criação de filhos culminaram em um aumento da superproteção, levando a uma dependência das telas como ferramenta de alívio para os pais.

A entrevista também toca na importância de reverter o declínio da comunidade e na necessidade de proporcionar experiências mais autênticas às crianças, permitindo que desenvolvam suas habilidades sociais longe das telas.

Haidt conclui que, em vez de depender das telas, as crianças devem ser incentivadas a interagir mais, alegando que muitos jovens estão se tornando consumidores passivos de conteúdo, ao invés de serem ativos em suas vidas.

O desafio é buscar um equilíbrio em que as crianças possam ter uma infância enriquecedora, longe da influência negativa das redes sociais.