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Generalizar que ONU não funciona é jogar fora bebê com a água do banho, diz diretora-adjunta da Unesco

Gabriela Ramos reforça a importância de críticas construtivas às Nações Unidas e sugere reformas que contemplem a medição de impactos da organização. Ela alerta sobre as consequências dos cortes financeiros promovidos por países como os EUA, que afetam seu funcionamento e mandato.

Criticas às Nações Unidas precisam ser pragmáticas, afirma Gabriela Ramos, diretora-adjunta para Ciências Humanas e Sociais da Unesco e candidata ao posto de diretora-geral da agência da ONU. Ela destaca a importância de discutir novas medidas sobre os impactos das ações da instituição.

Ramos ressalta que, em meio a conflitos na Ucrânia, Faixa de Gaza e Sudão, é errôneo generalizar sobre a eficácia da ONU. Ela observa que a crítica pode ajudar a solucionar problemas existentes.

Críticas financeiras surgem principalmente de países como os Estados Unidos e a China, que têm atrasado contribuições, afetando funções administrativas da ONU. Desde seu mandato, Donald Trump atacou a organização, promovendo acordos bilaterais e reduzindo investimentos em organizações internacionais.

Ramos destaca a mudança nas prioridades dos Estados-membros, com aumento de despesas em defesa e redução em desenvolvimento, o que preocupa a Unesco, criada para promover a paz. Ela propõe reformas que incluam simplificação de processos e novas formas de financiamento.

No projeto de revitalização de Mossul, a Unesco arrecadou US$ 115 milhões de países como os Emirados Árabes Unidos e a União Europeia para reconstruir mesquitas e escolas destruídas pelo Estado Islâmico. Ramos questiona como medir o impacto dessa reconstrução dentro do escopo da performance da organização.

A área que ela dirige também debate o desenvolvimento ético da inteligência artificial. Ramos critica a visão dicotômica entre regulação e inovação, defendendo que ambos podem coexistir. Ela alerta que apenas três países dominam o avanço em IA, enquanto um terço do mundo ainda carece de acesso à tecnologia. O foco deve ser em criar incentivos para que países utilizem essas tecnologias em seu benefício.

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