General Augusto Heleno fica em silêncio parcial em interrogatório sobre golpe no STF
O Supremo Tribunal Federal ouve o general Augusto Heleno, que se manifesta em “silêncio parcial”. A defesa argumenta falta de provas, contrariando relatos de militares sobre a discussões de um plano golpista.
Supremo Tribunal Federal (STF) retoma julgamento sobre o suposto plano de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 30 réus, neste 10 de outubro.
O interrogatório do general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI, teve início. O advogado Matheus Milanez informou que Heleno ficará em “silêncio parcial”, respondendo apenas às perguntas da defesa e não aos questionamentos do relator Alexandre de Moraes.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta Heleno como um dos principais mentores do plano golpista após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022. Ele integra o chamado “núcleo 1” da denúncia, composto por oito pessoas centrais na suposta conspiração contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A defesa de Heleno pleiteou absolvição sumária, alegando falta de “elementos mínimos” que o incriminem. Destacou que não existem testemunhas ou conversas ligando-o à acusação.
Entretanto, declarações de Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Baptista Júnior (Aeronáutica) contradizem a defesa, confirmando discussões de Bolsonaro sobre a "minuta do golpe", que previa estado de defesa no TSE.
Heleno teria sugerido em reuniões no Palácio da Alvorada um “sistema para acompanhar os dois lados”, mas alertou sobre o risco de vazamentos.
Após Heleno, serão ouvidos, na seguinte ordem alfabética: Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).
O depoimento de Bolsonaro é considerado crucial, após revelações do tenente-coronel Mauro Cid, que confirmou o envolvimento direto do ex-presidente na elaboração de documentos para embasar o golpe.