General assume autoria de plano para sequestrar ou matar Moraes, Lula e Alckmin
General Mário Fernandes admite autoria de plano para ações contra autoridades, mas nega compartilhamento do documento. Durante depoimento, ele diz que o conceito foi apenas um "pensamento digitalizado" e que não teve envolvimento direto com os movimentos de protesto.
General Mário Fernandes confirmou ao Supremo Tribunal Federal a autoria do plano Punhal Verde e Amarelo, mas afirmou que não foi compartilhado com mais ninguém.
O plano, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), previa o sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes, do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alckmin.
Mário Fernandes descreveu seu ato como “um pensamento digitalizado” e se mostrou arrependido, ressaltando que imprimiu o plano apenas para ler e depois rasgou.
A PGR alegou que ele teria liderado ações de “monitoramento e neutralização de autoridades” com o ex-assessor Marcelo Costa Câmara, além de iniciar interlocuções ligadas ao dia 8 de janeiro.
O general também confirmou uma minuta para um gabinete de crise, que seria para “assessorar” o Gabinete de Segurança Institucional em crises. No plano, o gabinete seria chefiado pelo general Augusto Heleno, com o general Braga Netto na coordenação.
Mário Fernandes se posicionou como parte da assessoria estratégica, enquanto Filipe Martins ficaria na assessoria de Relações Institucionais.
Questionado sobre motivos para imprimir a minuta no Palácio do Planalto, ele alegou que não era o único funcionário a fazer isso. Defendeu seu ato como uma prática pessoal.
Adicionalmente, o general mencionou que foi aos acampamentos em frente aos quartéis e os descreveu como uma “festa cívica” com pessoas “humildes”, embora negasse interlocuções com líderes do movimento.
No entanto, confirmou contato com o manifestante Rodrigo Yassuo Faria Ikezili, que pediu ajuda para colocar uma tenda no acampamento. Fernandes também sugeriu a Augusto Heleno e Braga Netto a participação em uma audiência pública para “denunciar as fraudes eleitorais”.