General Arruda nega ter barrado PM no QG do Exército e rejeita plano de golpe
General Arruda se defende de acusações de envolvimento em golpe e relata interações com a Polícia Militar durante os eventos de 8 de janeiro. Seu depoimento é parte das investigações que buscam esclarecer tentativas de ruptura institucional após as eleições de 2022.
O general Julio Cesar de Arruda, ex-comandante do Exército, negou ao Supremo Tribunal Federal (STF) qualquer envolvimento com planos de golpe de Estado após as eleições de 2022.
No depoimento como testemunha, Arruda afirmou que não impediu a entrada da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) no Quartel-General do Exército durante os protestos golpistas em 8 de janeiro de 2023.
Nomeado por Lula e exonerado em 23 dias devido à crise após os ataques às sedes dos Três Poderes, ele detalhou sua atuação no controle da situação durante a audiência.
- Arruda negou ter impedido a PMDF de agir, afirmando ter tentado coordenar as ações com o interventor federal na segurança pública do DF.
- Ele desmentiu ter feito ameaças ao comandante da PMDF e ressaltou a necessidade de acalmar o clima exaltado.
Sobre uma proposta de adesão a um plano golpista por Mário Fernandes, Arruda disse que houve um encontro, mas sem caráter conspiratório.
- Reiterou que nunca foi questionado sobre assumir o comando do Exército por Fernandes.
- Nega ter expulsado Fernandes de sua sala, assegurando que continuaria o trabalho anterior.
Seu depoimento ocorre no contexto das investigações sobre a tentativa de golpe, em que sete militares também prestaram esclarecimentos ao STF.
Arruda busca distanciar-se do ex-presidente Bolsonaro e das articulações golpistas, e sua exoneração foi vista como uma tentativa de pacificação entre o novo governo e as Forças Armadas.
O processo, sob relatoria de Alexandre de Moraes, pode resultar em novas denúncias e impactos na alta cúpula militar do país.