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'Gaza está pior que o inferno na Terra', diz chefe da Cruz Vermelha à BBC

A situação em Gaza se agrava, com mortes contínuas durante tentativas de ajuda humanitária. A presidente do CICV critica a falta de ações dos Estados para proteger os civis e acabar com a guerra.

Gaza é descrita como "pior do que o inferno" pela presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Mirjana Spoljaric, em entrevista à BBC. Ela afirma que a humanidade está falhando em ajudar os palestinos e libertar os reféns israelenses.

Spoljaric critica a falta de dignidade humana dos palestinos, ressaltando que o direito humanitário internacional está sendo comprometido. Ela considera a situação em Gaza inaceitável sob padrões legais, morais e humanos.

No terceiro dia consecutivo, palestinos foram mortos enquanto buscavam ajuda. O CICV, com mais de 300 funcionários em Gaza, está lidando com um aumento drástico de vítimas. Em seu hospital de Rafah, 184 pacientes foram recebidos em um único dia, incluindo vítimas fatais.

O CICV, guardião das Convenções de Genebra, afirma que as regras da guerra se aplicam a todos. Spoljaric destaca que os ataques do Hamas a Israel não justificam a atual violência em Gaza e expressa preocupação com a retórica de guerra total e desumanização.

Os centros de distribuição de ajuda em Gaza serão fechados, de acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), que consideram as estradas de acesso como "zonas de combate". Um recente incidente resultou na morte de 27 palestinos.

A ONU alerta que mais de 2 milhões de pessoas em Gaza podem morrer de fome devido a uma proibição total de ajuda que dura 11 semanas.

Enquanto isso, os EUA buscam um acordo de cessar-fogo. O Hamas ofereceu liberar reféns em troca de mil prisioneiros palestinos, mas suas exigências de trégua permanente e retirada total de Israel não estão incluídas na proposta.

Até o momento, 54.381 pessoas já morreram em Gaza desde o início do conflito em 7 de outubro de 2023, conforme dados do Ministério da Saúde local.

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