Gaza enfrenta 'pior cenário possível de fome', diz órgão de segurança alimentar ligado à ONU
IPC alerta para a deterioração da segurança alimentar na Faixa de Gaza e destaca risco crescente de mortes por fome. Autoridades da ONU clamam por cessar-fogo e acesso imediato à ajuda humanitária.
IPC alerta sobre crise humanitária na Faixa de Gaza
A Classificação Integrada de Fases da Segurança Alimentar (IPC) emitiu um alerta sobre a situação crítica de fome na Faixa de Gaza. O documento, apoiado pela ONU, ressalta:
- Fome generalizada, desnutrição e doenças aumentam mortes relacionadas à fome.
- Dados mostram que limiares de fome e desnutrição aguda foram atingidos.
- Cerca de 2,1 milhões de palestinos estão em "risco crítico" de fome.
Embora grave, o alerta não é uma declaração formal de fome. O IPC planeja nova análise "sem demora".
Reação da ONU e líderes
Na véspera do alerta, líderes da ONU pediram um cessar-fogo imediato e mais ajuda humanitária. Israel e Hamas se acusam mutuamente pela crise.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou: "Não há fome em Gaza".
Critérios para declaração de fome
O relatório do IPC estabelece que três critérios são necessários para uma declaração formal de fome:
- Coleta de dados confiáveis.
A coleta de dados tem sido dificultada por bloqueios e combates, segundo Amande Bazerolle, dos Médicos Sem Fronteiras.
Jean-Raphael Poitou, da Ação Contra a Fome, destaca que as condições complicam a avaliação da situação.
Posição de Israel
Enquanto o relatório era divulgado, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa'ar, negou bloqueios à ajuda humanitária e afirmou que mais de 200 caminhões com ajuda já entraram em Gaza. Ele destacou:
- "Estamos facilitando a entrada de ajuda."
- Corridores humanitários e pausas táticas foram estabelecidos.
Apesar disso, o relatório enfatiza que a ajuda continua restrita devido a pedidos negados e incidentes de segurança.