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Gastos em saúde e educação: Brasil precisa desvincular do Orçamento, mas não reduzir

Análise revela que, apesar dos gastos do Brasil em educação e saúde serem comparáveis a países avançados, a discrepância no gasto per capita evidencia a escassez de recursos. A vinculação orçamentária atualmente impede melhorias na gestão e alocação eficiente dos recursos públicos nessas áreas.

Em economia, crenças não fundamentadas podem distorcer a realidade.

Uma delas é a de que o governo brasileiro gasta em educação e saúde tanto quanto países avançados e mais que emergentes.

Isso sugere que a má gestão, e não a falta de recursos, é responsável pelos problemas nessas áreas. Muitos acreditam que o ajuste fiscal requer reduções nos gastos.

Segundo o relatório do Tesouro Nacional (2022), o Brasil gastou:

  • Educação: 4,8% do PIB (países avançados: 5,0%; emergentes: 4,0%).
  • Saúde: 4,7% do PIB (países avançados: 6,7%; emergentes: 4,0%).

Por que a crença nos recursos suficientes é equivocada?

Porque comparações internacionais apenas por proporção do PIB não consideram o gasto per capita. Uma análise mais precisa utiliza o dólar de paridade do poder de compra (PPC).

Dados da OCDE mostram:

  • Educação: Brasil: US$ 3,6 mil por aluno, OCDE: US$ 11,9 mil.
  • Saúde: Brasil: US$ 1,6 mil per capita, OCDE: US$ 5 mil.

A diferença ocorre por conta da população alta e renda per capita baixa.

Contudo, é crucial desvincular os gastos de educação e saúde das receitas, o que pode gerar ineficiências e políticas fiscais indesejadas.

A necessidade é criar novos parâmetros para aumentar os recursos nessas áreas.

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