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Gasto com pessoal de estatais fora do plano de privatização sobe acima da inflação

Empresas estatais excluídas da privatização enfrentam aumento significativo nas despesas, enquanto lucros despencam. Análise aponta que esses resultados negativos estão relacionados ao crescimento descontrolado de custos com pessoal e à queda de receitas, especialmente nos Correios.

Estatais do governo Lula aumentam gastos e reduzem lucros

As estatais retiradas dos planos de privatização pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva aumentaram os gastos com pessoal em 7,7% em 2023, acima da inflação de 4,8% medida pelo IPCA.

Essas empresas enfrentaram uma queda nos lucros, que passaram de R$ 989 milhões em 2023 para um prejuízo de R$ 556 milhões em 2024. O principal responsável pelo resultado negativo foi os Correios.

O levantamento do especialista Daniel Pecanka destaca que o aumento de despesas, como reajustes de diretores e serviços terceirizados, afetou os resultados. Os gastos totais das estatais chegaram a R$ 17,9 bilhões em 2024.

  • No âmbito das estatais dependentes do Tesouro, as subvenções totalizaram R$ 1,259 bilhão, um aumento de 7,6% comparado a 2023.
  • Considerando as subvenções, o prejuízo geral das estatais poderia ter saltado para R$ 1,8 bilhão.

Os Correios registraram um prejuízo de R$ 2,6 bilhões e elevaram os gastos com pessoal para R$ 13,3 bilhões, com um aumento de 7,18%. A empresa atribui parte do prejuízo à "taxa das blusinhas", que afetou suas receitas.

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) teve uma receita líquida de R$ 59,2 milhões e custos de R$ 546,9 milhões, recebendo R$ 603 milhões em subvenções. Seus gastos com pessoal aumentaram 5,3%.

Técnicos do governo afirmam que investimentos e reajustes na EBC, incluindo um bônus de R$ 200 mil para a diretoria, são justificados, embora a empresa tenha recebido R$ 2,6 bilhões em aportes nos últimos cinco anos.

Entre os altos aumentos de gastos, destaca-se a Ceitec, que, mesmo inativa, registrou R$ 21,4 milhões em despesas com pessoal, aumentando 34,5% em um ano. A Nuclep também apresentou um aumento de 14,4% em seus gastos.

A Telebras, apesar de ser uma empresa de capital aberto, é considerada dependente do Tesouro. Seus custos com pessoal representam 79% de suas despesas operacionais, resultando em um prejuízo de R$ 437 milhões.

Apenas a CeasaMinas conseguiu reduzir seus gastos com pessoal.

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