Gangue liberta funcionários da Unicef após três semanas de sequestro no Haiti
Funcionários da Unicef foram mantidos reféns em Porto Príncipe, destacando o aumento preocupante de sequestros no Haiti. A violência das gangues, que já sequestraram quase 1.500 pessoas em 2024, continua a representar uma grave ameaça à segurança e à assistência humanitária no país.
Cinco funcionários da Unicef foram libertados após três semanas como reféns de uma gangue no Haiti.
Os sequestradores atuam na capital Porto Príncipe e utilizam os sequestros para financiar atividades ilícitas.
O sequestro ocorreu em 7 de julho, durante uma missão da Unicef, onde seis pessoas foram capturadas; uma foi libertada no dia seguinte. A agência não confirmou o pagamento de resgate.
Grupos criminosos haitianos têm sequestrado para obter resgates e comprar armamentos, com 349 sequestrados somente nos primeiros seis meses de 2023. Ao todo, 1.494 pessoas foram sequestradas neste ano, com números alarmantes indicando um aumento significativo na violência.
De acordo com a ONU, muitas vítimas são mulheres e crianças, e a escala real dos sequestros pode ser dez vezes maior do que os dados registrados, devido à falta de confiança nas autoridades.
Especialistas afirmam que os sequestros vêm crescendo desde 2018, especialmente com o aumento do controle gangues sobre a capital. "É um dos três principais meios de arrecadação para manterem seu poder", afirma Austin Holmes.
Valores de resgates variam amplamente, sendo tributados de forma mais elevada para estrangeiros. Jeff Frazier, um americano sequestrado, relata que as vítimas podem precisar pagar múltiplas vezes até convencer os sequestradores a libertá-las.
A agência Unicef destacou que trabalhadores humanitários não devem ser alvos e que prestam apoio vital aos mais vulneráveis. Assim, pediu o respeito ao direito internacional humanitário.
Cuidados médicos e apoio psicológico estão sendo oferecidos aos funcionários libertados, que já se reuniram com suas famílias.