Galípolo diz que país está perto do pleno emprego e defende postura anticíclica do BC
Banco Central aponta crescimento econômico e redução da desocupação, mas alerta para riscos inflacionários. Gabriel Galípolo defende ação anticíclica da autoridade monetária para manter a estabilidade econômica.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, afirmou que o Brasil está próximo do pleno emprego, com a taxa de desocupação em 6,8% no último trimestre. A menor taxa histórica foi de 6,1% em novembro de 2024.
Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Galípolo destacou que o PIB tem crescido acima de 3% ao ano, impulsionado por:
- Ganhos de produtividade na agricultura
- Recuperação do mercado de trabalho
Com isso, os setores de serviços e indústria também foram estimulados. Ele mencionou que as vendas de veículos novos alcançaram o maior nível em cinco anos e a utilização da capacidade instalada na construção civil foi a mais alta em dez anos.
Galípolo ressaltou a queda rápida da desocupação e o aumento de 22% na renda disponível das famílias entre dezembro de 2021 e dezembro de 2024. O crédito bancário também representa quase 55% do PIB, um dos maiores percentuais da história recente.
Em um cenário de crescimento robusto, o presidente defendeu o papel anticíclico do Banco Central, que deve “refrear a economia” para evitar a inflacão descontrolada. Comparando, Galípolo disse que, em uma festa aquecida, é preciso “tirar a bebida”, enquanto em momentos de calmaria, deve-se garantir que todos permaneçam.
O desafio atual é evitar que o aquecimento excessivo da economia resulte em uma espiral inflacionária.