Galípolo diz que IOF não deveria ser usado para arrecadar ou apoiar política monetária
Gabriel Galípolo enfatiza que o IOF deve ter função regulatória e não arrecadatória, enquanto o Banco Central aguarda definições do governo sobre a elevação das alíquotas. O aumento do imposto tem gerado pressões sobre os ativos brasileiros e suscitado críticas no Congresso.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, afirmou nesta segunda-feira (3) que o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) não deve ser usado para fins arrecadatórios ou de apoio à política monetária.
No evento do Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP), em São Paulo, ele destacou que o IOF sobre crédito deve ter uma função regulatória.
Galípolo declarou: "Não é desejável que você tenha uma escolha de uma linha ou de um produto específico em função de uma arbitragem tributária."
O Banco Central, que busca uma meta de inflação de 3%, utiliza a taxa Selic, atualmente em 14,75% ao ano, para conter a alta de preços.
Entretanto, o aumento do IOF sobre operações de crédito tem sido visto como um suporte à política monetária do BC, ajudando a esfriar financiamentos e controlar a inflação.
O modelo final da medida que elevou o IOF está em discussão, e Galípolo afirmou que o BC irá analisar a situação com cautela antes de atualizar suas projeções.
Desde o anúncio das elevações de IOF pelo Ministério da Fazenda em 22 de maio, os ativos brasileiros têm enfrentado pressão, apesar de alguns recuos do governo.
O Congresso tem criticado as medidas relacionadas ao IOF.