Galípolo diz que escalada da guerra tarifária pode gerar desaceleração 'mais abrupta' na economia global
Presidente do Banco Central destaca os riscos de uma desaceleração econômica global devido à escalada da guerra comercial entre EUA e China. Galípolo apresenta diferentes cenários para 2025, incluindo a possibilidade de acordos ou agravamento das tensões.
Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, alertou sobre os riscos da intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que pode gerar uma desaceleração econômica global mais intensa do que o previsto.
A declaração ocorreu em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, parte da prestação de contas da autoridade monetária ao Congresso.
Galípolo destacou que o cenário internacional é o principal fator que influencia os preços de mercado. Desde o fim de 2024, a percepção dos agentes econômicos mudou em relação a um novo governo Trump, passando de uma expectativa pró-mercado para preocupações com tarifas comerciais e instabilidade.
"O que estamos vendo agora é um movimento que pode caminhar para um cenário de aversão ao risco," afirmou Galípolo. Ele enfatizou que a escalada da guerra tarifária pode resultar em uma desaceleração mais abrupta da economia global.
O presidente do BC alertou que essa instabilidade pode alterar o fluxo global de capitais, com investidores buscando ativos mais seguros.
Galípolo identificou dois possíveis caminhos para 2025:
- Arrefecimento das tensões por meio de acordos, o que diminuiria os impactos negativos.
- Agravamento da disputa, causando desarticulação de cadeias produtivas e impactos mais duradouros.