Galípolo: Brasil precisará migrar para novo modelo de funding no crédito imobiliário
O presidente do Banco Central reconhece o aquecimento da economia brasileira, mas alerta para a inflação persistente e os desafios na política monetária. Ele destaca a necessidade de um novo modelo de financiamento para o crédito imobiliário diante da precariedade das fontes tradicionais.
A economia brasileira apresenta um dinamismo excepcional e está aquecida, segundo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Galípolo afirmou que a inflação continua elevada e disseminada em diversos setores.
No último ajuste da política monetária, em março, a Selic foi elevada para 14,25% ao ano. O BC destacou um dinamismo econômico, apesar da necessidade de desaceleração para controlar a inflação.
Galípolo ressaltou que a dynamics dos preços supera a meta de 3% em categorias como bens industriais, serviços e alimentação em domicílio. Também mencionou a persistente desancoragem das expectativas de mercado.
Ele indicou que os mecanismos de transmissão da política monetária no Brasil podem estar desfuncionais, com “alguns canais entupidos”.
O cenário internacional, especialmente as incertezas sobre a política econômica dos Estados Unidos, tem sido um fator crucial na determinação de preços.
Galípolo enfatizou que avaliações de mercado sugerem que a política tarifária dos EUA está desacelerando a economia global, trazendo incerteza sobre o impacto nas cadeias produtivas.
Por fim, o presidente do BC destacou a necessidade de um novo modelo de funding para o crédito imobiliário, atualmente dependente da caderneta de poupança, que está em queda. Modelos alternativos estão em discussão para aproximar as captações de mercado.