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Gabão vai às urnas com general-presidente como favorito após golpe militar

O Gabão vai às urnas em um pleito que marca a transição política após o golpe de Estado de agosto. O general Brice Oligui Nguema, atual presidente de transição, é o principal candidato, gerando controvérsias sobre a legitimidade do processo eleitoral.

Gabão realiza eleições presidenciais neste sábado (12), as primeiras desde o golpe de Estado de agosto de 2023 que depôs Ali Bongo.

O general Brice Oligui Nguema, líder do golpe, é o principal candidato e assumiu como presidente de transição. Acusações de uso do Estado para controlar a oposição pairam sobre ele.

Apenas seis meses após ser anunciado um governo de transição de dois anos, Nguema antecipou as eleições. Ele se apresenta agora como candidato civil e afirma ter renunciado ao cargo militar, embora ainda não o tenha feito formalmente.

O Partido Democrático Gabonês, de Bongo, apoia Nguema, que é criticado pelo candidato opositor Alain Claude Bilie-By-Nze por manipular o processo eleitoral e a administração pública.

Seis outros candidatos também concorrem, mas com pouca relevância: Thierry Ngoma, Axel Ibinga, Alain Boungoueres, Zenaba Changing, Stéphane Iloko e Joseph Essigone.

Apesar das tensões, Nguema e Bilie-By-Nze não divergem significativamente em propostas, mantendo um cenário de continuidade política.

A plataforma de governo de Nguema foca em anticorrupção, enquanto Bilie-By-Nze propõe reordenar as finanças e reduzir a dependência da França.

A França, antiga colonizadora, mantém boas relações com o Gabão, diferentemente de outras ex-colônias que enfrentam tensões com Paris.

O país, membro da OPEP+, é dependente do petróleo, que representa um terço do PIB, e enfrenta alto desemprego juvenil, próximo de 40%.

Uma nova Constituição foi aprovada em novembro, estabelecendo mandatos presidenciais de sete anos e abolindo a função de primeiro-ministro.

Cientistas políticos preveem que a contagem de votos e resultados das eleições pode demorar até duas semanas, com supervisão da União Africana e União Europeia.

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