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Fux proclama ‘lealdade’ a Moraes após divergências sobre golpistas

Ministros do STF reafirmam amizade e respeito mútuo apesar de divergências sobre julgamento de denúncia relacionada ao plano de golpe. Fux critica a pena proposta por Moraes para a cabelereira bolsonarista, gerando debate na Primeira Turma.

Ministro Luiz Fux, do STF, fez um aceno a Alexandre de Moraes durante julgamento sobre denúncias no “núcleo de gerência” do plano de golpe nesta terça-feira, 6.

Os dois ministros divergem sobre competência e Fux destacou a amizade entre eles, afirmando que as discordâncias não afetam o “respeito” e a “lealdade” mantidos. Ele declarou:

“Na verdade, o que há aqui não é discórdia, o que há aqui é dissenso.”

Fux negou clima de animosidade na Primeira Turma e enfatizou que as divergências são normais em colegiados. Ele também comentou:

“Essas frágeis alusões de forma alguma vão infirmar meu ponto de vista.”

Moraes, se recuperando de uma cirurgia no ombro, disse que alguns “querem fazer intriga” e criticou a atenção aos detalhes pessoais no tribunal. Ele reafirmou a colegiação do STF como importante para debates.

As divergências começaram no julgamento sobre a denúncia contra líderes do plano de golpe para manter ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. A denúncia foi recebida por unanimidade, mas Fux fez ressalvas e destacou:

  • Contrário à punição da tentativa de golpe como crime consumado.
  • Defesa de diferenciação entre atos preparatórios e execução.
  • Ressalvas à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
  • Considerou que processos deveriam ser julgados em primeira instância ou no plenário do STF.

Em relação à cabelereira Débora Rodrigues dos Santos, Fux defendeu pena de 1 ano e seis meses por pichar a estátua da Justiça. Moraes propôs 14 anos, e seu voto prevaleceu.

Moraes, em resposta à divergência de Fux, complementou seu voto no plenário virtual, afirmando que a situação de Débora não difere de outros 470 réus já condenados pelo STF por atos golpistas.

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