Fundos imobiliários têm em julho primeira queda em cinco meses
Mudança de cenário leva o IFIX a uma correção em julho, influenciado por altas nas taxas de juros e incertezas em relação às tarifas dos EUA. Especialistas apontam que, embora a queda seja significativa, o desempenho acumulado do ano ainda é positivo para diversos setores dos fundos imobiliários.
IFIX encerra julho com queda de 1,36%, rompendo uma sequência de cinco meses de alta. A queda se deve à elevação das taxas de juros de longo prazo e a um ajuste técnico de realização de lucros.
O mês foi marcado por incertezas, especialmente devido ao tarifaço dos EUA sobre produtos brasileiros. As taxas de longo prazo subiram de **13,15%** para **13,70%**, aumentando a aversão ao risco.
Marco Noemberg da Manchester Investimentos afirma que a perspectiva de taxa Selic mais alta impacta ativos de risco, como o IFIX, e o Ibovespa, que teve queda de 4%.
Rodrigo Alvarenga da One Investimentos, reforça que o movimento negativo foi influenciado mais pelos EUA do que por fundamentos dos fundos.
Os fundos de “tijolo” foram mais afetados pela alta dos juros, tornando-se menos atrativos comparados a produtos de renda fixa. Isso levou à queda nos preços das cotas.
- Em contrapartida, os fundos de galpões com contratos atípicos se saíram melhor.
- Os fundos de papel, que investem em títulos de renda fixa imobiliários, mostraram resiliência no cenário de juros altos.
Vinícius Araújo, da TRX Investimentos, vê a queda do IFIX como uma correção natural e não uma reversão de tendência. Apesar disso, todos os setores ainda estão com desempenho positivo no acumulado do ano.
Os fundos de shoppings e escritórios têm apresentado ganhos de 11,59% e 10,81% respectivamente, impulsionados pela melhora nos indicadores de consumo e vacância.
Christiano Moreira, da Devant Asset, projeta recuperação do IFIX no médio prazo, embora o curto prazo seja volátil. Ele recomenda investir em fundos com carteira diversificada e garantias sólidas.
Alvarenga acredita que o IFIX tem potencial de crescimento, especialmente com o início do ciclo de cortes na Selic podendo ser um catalisador para novos recordes.
A dúvida do mercado permanece em relação ao futuro das taxas de juros, mas a Selic já não está em ciclo de alta.