Fundo de pensão do Amapá comprou R$ 100 milhões em títulos do BRB em desacordo com norma do CMN
Investimentos do Amprev em títulos do BRB geram preocupações sobre riscos e conformidade regulatória. Relacionamentos políticos e uma gestão arriscada fortalecem as dúvidas sobre a segurança da carteira de aposentadorias e pensões.
Fundo de pensão do Amapá (Amprev) pretende investir pelo menos R$ 100 milhões em títulos do Banco de Brasília (BRB) em fevereiro de 2023.
A operação está em desacordo com a resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) e pode aumentar o risco dos investimentos.
O Amprev, que garante aposentadorias a cerca de 30 mil servidores estaduais, possui R$ 1,56 bilhão em letras financeiras, sendo 18,45% do patrimônio total.
Em março, o BRB anunciou a compra de 58% do Banco Master, ainda pendente da aprovação do Banco Central (BC).
A resolução nº 4.963/2021 do CMN proíbe aplicações em instituições financeiras controladas por Estados.
Alberto Samuel Alcolumbre Tobelem, irmão do presidente do Senado, integra o conselho da Amprev.
Os títulos comprados são subordinados, o que implica maior risco devido à falta de proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Somente através de documentos secundários é possível identificar o BRB como emissor das letras financeiras.
O BRB emitiu essas letras a partir de 2022 para melhorar seu índice de Basileia. O banco teve lucros de R$ 282 milhões em 2024, mas o índice de Basileia caiu para 12,94%.
A Moody’s colocou a nota de crédito do BRB sob revisão para possível rebaixamento após a aquisição do Banco Master, citando preocupações com o nível de capital.