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Fugimos por debaixo de seus narizes, diz opositor de Maduro resgatado da embaixada em Caracas

Pedro Urruchurtu relata os desafios enfrentados por ele e outros opositores durante a fuga da embaixada argentina em Caracas. Apesar das dificuldades, ele acredita que a operação demonstra a fragilidade do regime de Maduro.

Pedro Urruchurtu, venezuelano asilado na embaixada da Argentina em Caracas por 412 dias, relata a complexidade de sua fuga para os Estados Unidos, junto com outros quatro opositores, como "muito difícil".

Em entrevista à Folha, Urruchurtu, ligado à líder opositora María Corina Machado, afirmou: "Fugimos debaixo dos seus narizes" em um dos prédios mais vigiados de Caracas, mostrando que o regime de Nicolás Maduro é derrotável.

A fuga, realizada em maio de 2024 sob a liderança do governo de Donald Trump, contrasta com a versão do regime, que alega haver sido resultado de uma negociação. Urruchurtu pediu provas dessa afirmação.

O grupo foi asilado durante uma escalada de prisões antes das eleições presidenciais de 28 de julho. O regime alegou fraude nas eleições, e Urruchurtu descreveu a experiência na embaixada como "terror permanente".

Ele mencionou momentos tensos, com cortes de luz e a presença de franco-atiradores: "Foi muito intenso". O plano de fuga foi consciente e decidido em conjunto, apesar do medo constante.

Atualmente, em solo americano, Urruchurtu se adapta à nova vida, após viver 14 meses sem contato com o mundo exterior. Ele alertou que o exílio é "uma forma de prisão".

A embaixada argentina estava sob custódia do Brasil desde 5 de agosto, após a expulsão dos diplomatas argentinos, e Urruchurtu destacou a necessidade de mais pressão do Brasil sobre o regime. Ele considera que a embaixada se transformou em uma prisão e que poderia ter havido um massacre.

Na última eleição legislativa, o chavismo manteve o controle da Assembleia Nacional, apesar da repressão e boicote da oposição. Urruchurtu concordou com a estratégia de boicote, vendo-a como uma "força oculta muito poderosa".

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