Frigoríficos de MS pausam produção de carne destinada aos EUA após tarifa de Trump
Frigoríficos de Mato Grosso do Sul buscam alternativas após a suspensão de exportações para os EUA. A medida visa evitar o acúmulo de estoques diante da nova tarifa de 50% anunciada por Donald Trump.
Suspensão das exportações de carne bovina de Mato Grosso do Sul para os Estados Unidos foi confirmada após o anúncio de uma tarifa extra de 50% feita pelo presidente Donald Trump.
A produção para o mercado nacional continuanormal, enquanto frigoríficos buscam mercados alternativos no exterior.
Alberto Sérgio Capucci, vice-presidente do Sincadems, explicou que a medida visa evitar o acúmulo de estoques, uma vez que algumas exportações devem chegar aos EUA em agosto, quando as tarifas já estarão vigentes.
Ele destacou que os frigoríficos estão redirecionando produção para outros mercados, como China e Chile, e que quem arcará com o imposto será o importador.
A Abiec aponta que aproximadamente 70% da carne produzida fica no mercado nacional, com 30% sendo exportada, principalmente cortes menos consumidos no Brasil.
Na sexta-feira (11), o presidente da Abiec, Roberto Pedrosa, confirmou a pausa temporária na produção destinada aos EUA e comentou sobre um rearranjo com novos parceiros comerciais.
Os EUA são o segundo maior comprador de carne bovina do Brasil, atrás apenas da China, respondendo por 14% da receita total do produto.
No primeiro semestre de 2024, a receita com exportações para os EUA dobra em relação ao ano anterior, com um total de 181.477 toneladas exportadas.
- Receita total: US$ 1,04 bilhão, uma alta de 102% sobre o mesmo período de 2024.
- Preço médio: US$ 5.732 por tonelada.
- Tarifa adicional: cerca de US$ 2.866 por tonelada, totalizando aproximadamente US$ 8.600, impraticável frente à concorrência.
A Abiec declarou que qualquer aumento de tarifas é um entrave ao comércio internacional e impacta negativamente o setor produtivo da carne bovina.