Freire Gomes: os 5 principais pontos do Depoimento do ex-chefe do Exército ao STF
General Marco Antônio Freire Gomes confirma ao STF que recebeu plano de Bolsonaro para impedir a posse de Lula. Ele alertou o ex-presidente sobre os riscos legais de uma possível intervenção militar no processo eleitoral.
Ex-comandante do Exército e general da reserva, Marco Antônio Freire Gomes, prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 19 de setembro.
Durante a audiência, confirmou a existência de um plano do governo Bolsonaro para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
Gomes, como testemunha de acusação no processo contra Jair Bolsonaro, relatou que se reuniu com o ex-presidente, o ministro da Defesa e os chefes das Forças Armadas para discutir uma “minuta golpista”.
Ele descreveu um documento apresentado em reunião que se assemelhava à minuta encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres, mas afirmou que as propostas eram apresentadas como hipóteses em estudo.
Gomes alertou Bolsonaro sobre os riscos de uma investida golpista, ressaltando que não havia base legal para o uso das Forças Armadas na intervenção eleitoral.
Em um encontro no dia 9 de dezembro, Freire Gomes disse que o presidente foi dissuadido da ideia de medidas drásticas, mas pressionado por “grupos externos”.
Ele também mencionou uma carta assinada por 37 militares, interpretada como pressão pela adesão ao golpe, e reafirmou que pronunciamentos políticos estão fora de questão para militares da ativa.
O ministro Alexandre de Moraes questionou a versão de Gomes sobre a anuência de outros oficiais com o plano, criticando possíveis inconsistências em seus depoimentos.
Gomes garantiu que “jamais mentiria” e não se recordou de um conluio por parte do almirante Garnier, enfatizando a necessidade de lealdade e cautela durante a condução da situação.