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Freire Gomes confirma reuniões para discutir minuta do golpe, segundo ministros do STF

Depoimento de Marco Antônio Freire Gomes revela detalhes sobre reuniões com Jair Bolsonaro e o conteúdo da minuta golpista. O general enfatiza a posição contrária do Exército a qualquer ato inconstitucional e fala sobre a pressão de oficiais da ativa.

Ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, confirmou reuniões com o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a “minuta golpista”. A Primeira Turma do STF acompanhou seu depoimento repleto de hesitações e críticas do ministro Alexandre de Moraes.

Nesta segunda-feira (19), o STF ouviu quatro testemunhas na ação sobre a trama golpista, alegadamente liderada por Bolsonaro.

Freire Gomes detalhou que, em 7 de dezembro, foi convocado ao Palácio da Alvorada, onde um assessor apresentou cláusulas de um documento que sugeria medidas para reverter as eleições, incluindo a decretação de operações GLO e estado de defesa. O general afirmou que o texto foi discutido de modo “superficial” e posteriormente “aperfeiçoado”.

Um dos trechos mencionava até a prisão de autoridades, mas Freire Gomes destacou que alertou Bolsonaro sobre a ilegalidade das propostas:

  • O Exército era contrário a iniciativas não constitucionais.
  • Ele aconselhou Bolsonaro sobre as implicações nacionais e internacionais.

O conteúdo da minuta era similar ao documento encontrado na casa do ex-ministro Anderson Torres, que, segundo o general, atuava como uma espécie de “assessor jurídico” de Bolsonaro.

Freire Gomes também descreveu ações tomadas contra integrantes do Exército que assinaram uma carta considerada pressão política, afirmando que:

  • “Esse tipo de procedimento é inaceitável do ponto de vista de hierarquia e disciplina do Exército.”

Durante o depoimento, Moraes alertou Freire Gomes sobre possíveis consequências legais por mentir, especialmente ao tratar da participação do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. Após contradições, o general reafirmou que Garnier apoiou Bolsonaro, enquanto ele e o brigadeiro Almeida Baptista Júnior se manifestaram contra o golpe.

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