Fraudes no INSS: carona em viatura e viagens a Brasília arrastaram policial federal para inquérito
Câmeras de segurança revelam envolvimento de policial federal em esquema de fraudes contra o INSS. A situação gera pressões políticas e investigações sobre a complicidade de altos dirigentes da instituição.
Imagens de câmeras de segurança do Aeroporto Internacional de São Paulo mostram o policial federal Philipe Roters Coutinho acompanhando Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-chefe da Procuradoria do INSS, por uma área restrita.
Após o encontro, Coutinho deu uma carona ao procurador em uma viatura da PF. Ele está afastado das funções devido a uma investigação sobre sua suposta relação com um esquema de fraudes de R$ 6,3 bilhões contra aposentados do INSS.
O advogado de Coutinho, Cristiano Barros, afirmou que ele não possui vínculos com as questões do INSS. O agente foi alvo da Operação Sem Desconto, da qual a polícia apreendeu US$ 199,6 mil em dinheiro no seu apartamento. A defesa disse que explicações sobre a origem do dinheiro serão dadas em momento oportuno.
O escândalo pressiona o ministro Carlos Lupi (Previdência). O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão após ordem judicial. A Justiça Federal quebrou o sigilo de e-mails e mensagens de Stefanutto e de seis ex-dirigentes do INSS.
Além disso, o acesso de Coutinho aos sistemas da PF foi suspenso e seu sigilo de mensagens foi quebrado, permitindo acesso às suas conversas.
Nas filmagens aparecem também o empresário Danilo Trento, que teria recebido repasses de Maurício Camisotti, dono do Grupo Total Health, implicado nos golpes.
Outro ponto abordado pela PF é o padrão de viagens de Coutinho, considerado suspeito, incluindo viagens curtas e passagens compradas em cima da hora, especialmente para Brasília.