Fraude no INSS mirava idosos e pessoas com deficiência
Descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS atingem vulneráveis. CGU revela que 97,6% dos entrevistados não autorizaram os descontos, evidenciando a fragilidade do controle sobre os beneficiários.
A CGU (Controladoria Geral da União) revelou que descontos não autorizados de aposentadorias e pensões do INSS afetaram grupos em vulnerabilidade social, incluindo moradores de áreas rurais, pessoas com deficiência, indígenas e analfabetos.
Auditores da CGU entrevistaram beneficiários para mapear as irregularidades em regiões do interior do país. O relatório, acessado pelo Poder360, aponta que idosos na zona rural, com dificuldade de acesso à internet, eram o principal alvo da fraude.
O relatório destaca a fragilidade dos beneficiários, geralmente idosos com acesso restrito a canais digitais, que tornaram-se suscetíveis à ação de terceiros para obter autorizações para descontos.
Em 21 entidades analisadas, todos os entrevistados negaram ter autorizado os descontos. Em 7 associações, até 99% negaram a autorização. A Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais) apresentou 15 autorizações, sendo que 14 vinculavam beneficiários a sindicatos distantes.
As autoridades identificaram que o golpe atingiu especialmente aqueles com dificuldade de acessar a Previdência Social, aplicando descontos contrários às normas do INSS.
Um levantamento da CGU com 1.273 beneficiários mostrou que 97,6% não autorizaram os descontos, e 95,9% não pertenciam a associações. Muitos relatos indicaram que beneficiários com deficiências ou dificuldades de locomoção não poderiam assinar autorizações.