Fraude no INSS: Afastado do governo Dilma em 2011, Carlos Lupi pode ficar com imagem arranhada mais uma vez
Ministro da Previdência Carlos Lupi enfrenta pressão após demissão de Alessandro Stefanutto em meio a escândalo de fraudes. Investigações da Polícia Federal revelam descontos não autorizados que podem ter causado bilhões em prejuízos.
Ministro Carlos Lupi (PDT) está no centro das atenções após a deflagração da Operação Sem Desconto pela Polícia Federal, que revelou um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões.
O agora ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado e pediu demissão a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 23 de outubro.
Stefanutto, indicado por Lupi em julho de 2023, sucedeu Glauco Wamburg, também demitido por irregularidades. Lupi defendeu Stefanutto, alegando que era um procurador da República exemplar.
A operação da PF revelou que os descontos ilegais começaram em 2016, durante o governo Michel Temer (MDB), gerando um prejuízo de quase R$ 8 bilhões. Pesquisa com 1.300 beneficiários mostrou que 97,6% não autorizaram os débitos.
Carlos Lupi, ministro desde o início do terceiro mandato de Lula, já chefiou o Ministério do Trabalho entre 2007 e 2011 e enfrentou denúncias de irregularidades na época, que sempre negou. Ele se licenciou da presidência do PDT para assumir o atual cargo.
Durante o governo Jair Bolsonaro (PL), Lupi liderou a oposição à reforma da Previdência. A crise no INSS representa um desgaste para o ministro, que agora busca um nome interino para o comando do instituto até a conclusão das investigações.