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Fraude contra aposentados do INSS: 'Minha mãe nunca autorizou esse desconto'

A devolução dos valores descontados indevidamente ainda gera dúvidas entre aposentados e pensionistas do INSS, que aguardam orientações concretas do Ministério da Previdência. Enquanto isso, o volume de reclamações sobre descontos não autorizados aumenta drasticamente, levantando preocupações sobre fraudes e a falta de fiscalização.

Resumo sobre a Operação Sem Desconto:

Dois dias após a operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), não está claro como aposentados e pensionistas do INSS serão ressarcidos pelos descontos indevidos. A devolução do valor de abril será feita na folha de maio, entre 26 de maio e 6 de junho.

O Ministério da Previdência informou que descontos não reconhecidos até abril de 2025 serão avaliados pela Advocacia-Geral da União (AGU). Os segurados não precisam solicitar cancelamento e os acordos estão suspensos.

A aposentada Regina Rodrigues, 61, teve três parcelas descontadas. Ela conseguiu reaver os dois primeiros meses, mas não o de abril, sendo orientada a tratar do problema com a Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB).

Diego Cherulli, do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, alerta que as devoluções costumam ser parciais e os beneficiários são vítimas de fraudes ao fornecer documentos.

A ABCB justificou os descontos como necessários para manter serviços, embora tenha reconhecido a ocorrência de outros descontos indevidos.

Em quantia, descontos entre 2019 e 2024 totalizam R$ 6,3 bilhões, porém muitos aposentados relatam não ter autorizado os débitos. 97% dos entrevistados pela CGU confirmaram não autorizações.

O número de exclusões de mensalidades não autorizadas aumentou de 18.690 em 2020 para 1.453.694 em 2024.

A advogada Jeanne Vargas destaca que muitos não monitoram seus benefícios, facilitando descontos irregulares.

Manoel Fariña, 80, e sua família perceberam descontos não autorizados após investigações. Eles solicitaram cancelamento e tiveram R$ 670 retirados sem consentimento.

Investigações revelam que algumas associações falsificam assinaturas, e 70% não apresentaram documentação para efetuar os descontos.

A psicóloga Líria Santos também identificou descontos indebidos em sua mãe. Eles processaram a associação e ganharam, com o juiz considerando a adesão inválida, devido à forma coercitiva de solicitação de confirmação.

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