HOME FEEDBACK

Fraqueza do dólar atrai investidores para o euro; entenda se a valorização pode durar ou não

A instabilidade gerada pela política comercial de Trump abre oportunidades para o euro ganhar espaço no mercado global. Especialistas destacam o crescimento da confiança em ativos europeus, refletindo uma mudança potencial nas preferências dos investidores.

A reviravolta de Donald Trump no comércio global abala a imagem dos EUA como fonte segura de ativos financeiros, criando oportunidades para a Europa.

A turbulência do mercado, com vendas de dólar americano e ações dos EUA, diminuiu após Trump recuar nas ameaças de demissão de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, tentar acalmar investidores estrangeiros.

Autoridades europeias nas reuniões do FMI e do Banco Mundial mostraram desconfiança em relação ao fim das incertezas sobre as políticas comerciais de Trump. Elas destacaram o interesse crescente em ativos europeus, que incluem o euro e o mercado de títulos.

Valdis Dombrovskis, comissário europeu, explicou que a estabilidade da Europa está atraindo investidores. Desde abril, o euro subiu 5,4% em relação ao dólar, atingindo níveis não vistos desde 2021, indicando um fluxo maior para a Europa.

A dúvida persiste: é uma mudança temporária ou início de uma tendência onde o euro questiona a dominância do dólar? Kristin J. Forbes destaca que, embora deva ser visto com cautela, a força da Europa é maior atualmente.

Melhorias na valorização dos títulos europeus e a capacidade do Banco Central Europeu em servir como credor de última instância têm aumentado a confiança. Um importante desenvolvimento é a expectativa de que a Alemanha emita cerca de 1 trilhão de euros em dívida governamental, após mudanças em suas políticas fiscais.

O estímulo fiscal da Alemanha fortalece a confiança na região, e a demanda por títulos alemães subiu. Ao contrário, os rendimentos dos títulos dos EUA aumentaram.

Além disso, há expectativa de mais emissão de dívida entre os governos europeus para financiar gastos militares. No entanto, a aceitação dessa ideia ainda enfrenta oposição.

Embora as incertezas políticas nos EUA persistam, muitos na Europa acreditam que deve-se aproveitar essa situação. Klaas Knot, governador do banco central holandês, enfatiza a necessidade de fortalecer ainda mais a integração europeia.

Alfred Krammer, do FMI, recomenda cautela na interpretação da mudança em direção ao euro, ressaltando a necessidade de reformas estruturais na região.

O euro pode se tornar um de vários ativos proeminentes, com investidores diversificando suas participações. O aumento do preço do ouro e do franco suíço confirma essa tendência de busca por alternativas.

"A Europa é um lugar natural para diversificar," conclui Forbes, à medida que investidores buscam alternativas ao dólar.

Leia mais em folha