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Francisco rompeu tradição do Vaticano e falou com transparência de sua saúde

Papa Francisco rompeu com a tradição do sigilo vaticano ao falar abertamente sobre sua saúde e saúde mental. Essa transparência gerou desconforto entre líderes da Igreja, mas reflete uma nova era de comunicação na Santa Sé.

Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, faleceu aos 88 anos na segunda-feira (21), após ter alta em 23 de março. Durante sua vida, ele buscou transparência sobre seus problemas de saúde, em contraste com a tradição secreta do Vaticano.

Bergoglio frequentemente falava sobre seus problemas pulmonares, dores nos joelhos e cirurgias. Inéditamente, ele abordou também sua saúde mental, revelando em 2019 que sofria de neurose ansiosa, que aprendeu a gerenciar ao longo do tempo.

Em entrevista, ele disse que sua ansiedade o fazia querer "fazer tudo e rápido", levando-o a buscar métodos como a música para controlar sua condição. Bergoglio consultou uma psiquiatra durante a ditadura na Argentina para lidar com os medos da época.

Apesar da franqueza em suas declarações, o Vaticano nem sempre seguiu essa linha transparente. Em 2019, uma operação para catarata foi mantida em segredo, e em 2023, a internação do papa foi inicialmente comunicada como um "controle programado", apesar de uma bronquite.

O desejo de Bergoglio de ser aberto sobre sua saúde pode ser visto como uma evolução para o Vaticano, especialmente após os desafios enfrentados pelo padre João Paulo 2º, que teve sua saúde deteriorada publicamente. Essa mudança reflete a pressão por maior transparência em relação à saúde de figuras religiosas influentes.

Castro, médico e jornalista, enfatizou que Francisco foi o primeiro papa a compartilhar abertamente sua história de saúde mental, algo inédito entre os papas.

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