Francisco reformou Igreja, mas de forma cautelosa; entenda o que mudou na doutrina
Papa Francisco promove mudanças cautelosas na doutrina católica, abordando questões como o casamento de divorciados e a pena de morte. As novas orientações buscam um equilíbrio entre a tradição da Igreja e a realidade das situações enfrentadas pelos fiéis.
Papa Francisco tem sido cauteloso em suas propostas de mudanças doutrinárias, focando principalmente em questões pastorais na relação entre a Igreja e os fiéis.
Duas mudanças notáveis ocorreram: a respeito do casamento e da pena de morte.
Casamento: Na exortação apostólica "Amoris laetitia" (2016), Francisco discutiu uniões consideradas irregulares, como casais que já passaram por casamentos religiosos anteriores.
Antes: A Igreja via essas uniões como pecados.
Agora: Francisco argumenta que é possível viver em graça de Deus mesmo em situações objetivas de pecado, permitindo acesso à Eucaristia em casos específicos, após reflexão e acompanhamento pastoral.
Documentos diferentes, como o da CNBB no Brasil, mantêm a possibilidade, mas sem critérios definidos. Em contraste, bispos nos EUA foram mais rigorosos e não oficializaram essa abertura.
Bênçãos: A recente declaração "Fiducia supplicans" (2023) permite bênçãos para casais "em situação irregular", inclusos heterossexuais e homossexuais, embora sem um rito fixo para evitar confusão com o matrimônio.
Antes: A Igreja não permitia bênçãos para uniões não sacramentais.
Agora: A bênção é vista como uma ajuda aos indivíduos, não à união em si.
Pena de morte: Em 1º de agosto de 2018, Francisco alterou o Catecismo da Igreja.
Antes: O texto permitia a pena capital em certas circunstâncias.
Agora: O novo texto afirma que a pena de morte é inadmissível, afirmando a dignidade da pessoa, independente de crimes.
Francisco evidenciou a intenção da Igreja de abolir a pena de morte em todo o mundo.