HOME FEEDBACK

'Francisco asiático', cardeal filipino pode continuar abertura de pontífice argentino e ser ponte com China

Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila, compartilha sua trajetória incomum na Igreja Católica, marcada por uma inesperada mudança de planos. Conhecido por sua abordagem progressista, ele se destaca como um forte candidato a suceder o papa Francisco, buscando equilíbrio entre tradição e modernidade.

Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila, começou sua trajetória na Igreja Católica de forma inusitada. Em entrevista à rede católica Shalom World, ele revelou que, na juventude, queria ser médico. Um padre sugeriu que ele faria uma bolsa de estudos, mas era para um seminário.

Essa mudança o levou a se questionar se a medicina era realmente seu caminho ou se Deus tinha outros planos. Hoje, Tagle é considerado um dos cardeais mais cotados para suceder o Papa Francisco, especialmente se os votantes desejarem um papa do Sul Global.

Assim como Francisco, ele prefere informalidade e repudia a ostentação. Sobretudo, se opõe à linguagem severa da Igreja, especialmente em questões como a homossexualidade. Em sua abordagem, Tagle cita frases do papa argentino, como "quem sou eu para julgar?".

Entretanto, sua visão progressista enfrenta críticas, especialmente após a aprovação de uma legislação de saúde reprodutiva em 2012, que desafiou a postura tradicional da Igreja nas Filipinas. Ele também criticou a política de guerra às drogas de Rodrigo Duterte, comparando os assassinatos à questão do aborto.

Tagle tem raízes chinesas, o que pode facilitar o diálogo entre a Santa Sé e Pequim. Em 2018, acordos com a China foram firmados sobre a nomeação de bispos, renovados em 2024, apesar das tensões históricas e restrições à liberdade religiosa.

Embora não seja jesuíta, Tagle foi influenciado pela ordem em sua formação. Ordenado em 1982 e nomeado cardeal em 2012, é um dos mais jovens da história. Ele é fluente em inglês, italiano, além de dominar o tagalo, com conhecimentos em francês, coreano, chinês e latim.

Leia mais em folha