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França quer cortar feriados e congelar gastos. Direita e esquerda abominam a ideia

Proposta do primeiro-ministro francês visa cortar gastos ao eliminar feriados e congelar salários, em resposta ao grave déficit público. A medida gera polêmica e une oposição de diferentes espectros políticos, refletindo a dificuldade em enfrentar a crise fiscal do país.

Políticos brasileiros de esquerda se inspiram na França, onde o primeiro-ministro François Bayrou apresentará uma proposta para combater o aumento da dívida pública.

Em coletiva, Bayrou anunciou a eliminação de dois feriados para aumentar a produtividade e melhorar a situação fiscal da França, atualmente com um déficit de 5,8% do PIB, quase o dobro do limite permitido pela zona do euro.

A dívida total da França é de € 3,3 trilhões, com juros anuais de € 62 bilhões, que podem chegar a € 100 bilhões até 2029 se nada for feito.

As medidas incluem:

  • Redução de € 44 bilhões no desequilíbrio até 2026;
  • Congelamento de despesas em todas as pastas, exceto Defesa;
  • Congelamento de salários de servidores públicos;
  • Corte de vagas em agências federais;
  • Eliminação dos feriados da segunda-feira de Páscoa e do Dia da Vitória (8 de maio) para gerar € 4,2 bilhões adicionais.

Bayrou alerta que a situação representa um "risco mortal" e uma crise semelhante à da Grécia em 2008.

Entre os países da zona do euro, apenas a Eslováquia tem um rombo orçamentário pior que o francês. A oposição, incluindo Marine Le Pen e Jean-Luc Mélenchon, planeja um voto de censura contra o plano.

Com baixos níveis de popularidade, a coalizão de Bayrou precisará de uma cláusula de excepcionalidade para aprovar o orçamento proposto.

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