França liberta libanês condenado por terrorismo após mais de 40 anos
Militante libanês condenado por atentados ganha liberdade condicional após quatro décadas na prisão. A decisão do tribunal francês ainda depende de uma ordem de expulsão do Ministério do Interior.
Georges Ibrahim Abdallah, militante comunista libanês, ganhará liberdade condicional após 40 anos preso na França.
Ele foi preso em 1984 e condenado à prisão perpétua em 1986 por cumplicidade em atentados que resultaram na morte de um diplomata americano e um israelense.
A decisão do tribunal de apelação, anunciada em 17 de outubro, prevê sua libertação e extradição ao Líbano no dia 25. A ordem de expulsão ainda depende do Ministério do Interior francês.
O advogado de Abdallah, Jean-Louis Chalanset, expressou preocupações sobre a segurança do cliente, temendo que ele seja alvo de um drone israelense ao chegar em Beirute.
Abdallah, atualmente na penitenciária de Lannemezan, nunca confessou o envolvimento nos atos, mas os apoiou como resistência contra Israel e EUA, no contexto da guerra civil libanesa.
Desde 1999, ele tinha direito à liberdade condicional devido ao bom comportamento, mas seus 11 pedidos anteriores foram negados pela Justiça, com justificativas relativas à sua periculosidade.
Robert Abdallah, irmão de Georges, comemorou a decisão, afirmando que as autoridades francesas finalmente se libertaram das pressões de Israel e EUA.
Campanhas pela libertação de Abdallah, com apoio de figuras como a ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura, Annie Ernaux, não influenciaram as autoridades.
Os assassinatos atribuídos a Abdallah ocorreram em 1982 em Paris. As vítimas foram:
- Coronel do Exército americano Charles Robert Ray;
- Yacov Barsimantov, diplomata da embaixada de Israel.
Abdallah foi inicialmente condenado em 1986 por uso de passaporte falso e posse de armas, e uma nova condenação à prisão perpétua veio após a descoberta da suposta arma dos atentados.