França afirma que solução de dois Estados é única alternativa para o conflito israelense-palestino
França e Arábia Saudita promovem conferência da ONU para discutir a solução de dois Estados, enquanto Estados Unidos e Israel rejeitam a iniciativa. A pressão internacional para o fim da guerra em Gaza se intensifica em meio a críticas à situação humanitária no território.
Conferência internacional para revitalizar a solução de dois Estados - um israelense e outro palestino - começou nesta segunda-feira (28) em Nova York.
Organizada pela Assembléia Geral da ONU, a conferência é presidida pela França e a Arábia Saudita. O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, enfatizou que a solução política é a única para as aspirações de ambos os povos viverem em paz e segurança.
A França se comprometeu a reconhecer o Estado palestino em setembro. O chanceler saudita, príncipe Faisal bin Farhan, declarou que a criação de um Estado palestino é vital para a paz regional e condicionou a normalização com Israel a isso.
Os Estados Unidos e Israel não participam do evento. Washington considera a conferência uma “artimanha publicitária” que dificulta a paz. O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, criticou a reunião como uma ilusão.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que a solução de dois Estados está mais distante do que nunca, citando a ilegalidade da anexação da Cisjordânia e a destruição em Gaza como fatores que complicam a situação.
A pressão sobre Israel aumenta devido à situação humanitária em Gaza. ONGs acusam Israel de genocídio. O ex-chanceler da Costa Rica, Bruno Stagno, pediu ações concretas, como sanções e suspensão de acordos comerciais.
Até agora, cerca de 142 dos 193 Estados da ONU reconhecem o Estado palestino proclamado em 1988, mas a criação de um Estado palestino enfrenta crescentes desafios.