Fósseis mostram inesperado último refúgio de ferozes crocodilos terrestres
Fósseis recém-descobertos na República Dominicana revelam que crocodilos terrestres, conhecidos como sebecídeos, sobreviveram mais tempo do que se pensava, desafiando a ideia de que eram apenas criaturas da era dos dinossauros. Estudos indicam que essas criaturas predadoras dominaram a cadeia alimentar na América do Sul após o desaparecimento dos dinossauros.
Após o desaparecimento dos dinossauros há 66 milhões de anos, os mamíferos se tornaram dominantes, mas enfrentaram desafios, especialmente com crocodilos terrestres na América do Sul.
A linhagem dos sebecídeos, primos dos crocodilos modernos, durou mais tempo do que se pensava. Pesquisadores descobriram fósseis na República Dominicana que mostram que o Caribe foi um refúgio inesperado para esses predadores.
Os fósseis da República Dominicana, datados de 5 a 7 milhões de anos atrás, revelam sebecídeos com até 2 metros de comprimento. Em comparação, os fósseis mais antigos da Colômbia datam de 10,5 a 12,5 milhões de anos atrás.
Segundo Lazaro Viñola Lopez, aluno de paleontologia da Universidade da Flórida, os sebecídeos eram predadores importantes na era dos mamíferos, coexistindo com pássaros do terror e marsupiais com dentes de sabre.
Os sebecídeos tinham pernas longas e uma postura ereta, diferenciando-se dos crocodilos semiaquáticos. Seu crânio e dentes eram semelhantes aos de dinossauros carnívoros, adaptados para caçar presas como preguiças e roedores.
Os fósseis encontrados incluíam um dente e duas vértebras que confirmaram a identidade dos sebecídeos. Jonathan Bloch, coautor do estudo, destacou a importância das ilhas como museus da biodiversidade.
A presença dos sebecídeos no Caribe sugere que houve pontes terrestres temporárias ou uma cadeia de ilhas que permitiram sua migração da América do Sul, facilitando sua dispersão.